domingo, 9 de setembro de 2012

ta dificil


São Paulo é uma cidade difícil, talvez pra lá de difícil.
No meu quarteirão um dos proprietários rebaixou toda a calçada e ainda que não tenha saída de veículos (apenas duas lojas) os dois locatários se sentiram no direito de reservar com cones o espaço de via pública para seus clientes. No meu quarteirão há também uma construção, da qual o dono, na calada da noite, tem envenenado quatro árvores de mais de 30 anos que estão sobre sua calçada, evitando com isso pedir autorização à prefeitura. No meu quarteirão um vizinho promove em seu famigerado boteco rodadas de bingo e mantém várias máquinas de caça-níquel, ainda que este tipo de atividade seja proibida. Tem ainda outro bar que fica aberto após a uma da manhã nas quais seus freqüentadores param seus carros com som tunado em volumes inexplicáveis, proporcionando a perda de sono de toda vizinhança. E para completar, recentemente inauguraram um igreja evangélica que nunca teve mais que 7 freqüentadores, e que os oradores acha que converterão novos fiéis através do grito.
Ontem, no meio de toda a balbúrdia, um carro parou à uma da manhã em frente a um dos bares, e colocou um belo de um sertanejo, em tal volume que eu não conseguia nem enxergar. Meu pai, impaciente, foi discutir com o dono do carro, eu o segui e consegui acalmá-lo, evitando o pior. Fui então conversar com o dono do carro, que concordou em baixar o volume, pelo menos até eu entrar em casa, quando acabou mudando de idéia e voltou a aumentar o som. Peguei o carro de casa e fui em busca de uma viatura. Quando retornei com os policias o som estava ainda mais alto. Um deles diante de tal situação concluiu _Mas o som ta de boa._ por sorte o dono do carro não queria maiores encrenca e foi tocar seu terror em outras redondezas.
Dormir se tornou atividade de risco.
É foda! Mas não tem nada a ser feito, o estado não tem qualquer tipo de medida proibitiva ou de orientação  sobre essa ocupação louca do espaço pública, tudo virá privado de uma hora para outra. As pessoas não têm nem ai, e o estado funciona só formalmente. O que fazer? Já me cansei de denunciar. Mudar de bairro tampouco adianta, pois esta circunstância é generalizada por todo canto. Inclusive eu sei que não é só problema de São Paulo, mas parece que aqui ta tudo mais concentrado, a raiva contra o outro, o descaso, ta tudo impregnado. Ta quase no ar acompanhado por uma música em volumes apocalípticos.

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