sábado, 22 de setembro de 2012

de médicos e loucos.


Tenho pensado que o capitulo que separa a lucidez da insanidade mais desvairada é mais curto que esta última frase. Na verdade essa constatação não é nenhuma novidade, já postulada pelo ditado de “de perto ninguém é normal”. Entretanto não me refiro exatamente que na intimidade todo mundo pratica bizarrismos, mas que o limite entre o que é normal e o que é doido não é tão claro quanto podemos deixar passar.
O professor Jaime Osorio em sua aula no Estudios Latino Americanos, perguntava: _ Por que a classe operária levanta todo dia da cama para ir trabalhar? Obviamente não é para sobreviver, daí que a ideologia nos coloca em posições tão circenses que divertiria até o mais carrancudo camponês do medievo.
O jeito que comemos, que vestimos, que soletramos, que nos comportamos, que condenamos, que absolvemos, tudo isso, se colocamos diante de um pingo de ética, revela sua face mais caricata, e por mais que tudo isso faça pouco sentido, vivemos assim, o que é perfeitamente compreensivo. O que não dá para entender é porque defendemos essa loucura toda. Porque nos ofendemos quando um relampejo de sanidade respinga nessa nossa sobrevida.  Ou até pior, por que a sanidade pode ser tão afeita ao corte com as relações sociais, o que fatalmente levaria a loucura de fato? Será que nosso individualismo duro nos joga contra toda nossa realidade?
Enfim, não quero nem pensar. Melhor ficar quieto.

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