No fundo da sala havia um painel com 99 cartelas, na quais
estava uma ilustração, um numero e um nome.
Os alunos não sabiam a principio do que se tratava, mas não
tardou muito para que descobrissem. Duas
crianças que conversavam em horário inadequado foram forçadas a andar com focinheiras
de ferro durante três dias. De fato na cartela 15, correspondente a palavra “silêncio”
havia um desenho triangular que lembrava a focinheira.
O método se mostrava adequado, pois as crianças associaram
rapidamente a palavra “silêncio” ao numero 15, à formula triangular, e incorporaram
que não deveriam conversar entre si em hipótese alguma.
A professora esclarecia:
_ Cada castigo possui
uma falta correspondente.
Numa segunda vez uma das crianças tropeçou. A professora
apontou para a cartela 54 “furo”. Pegou o braço da criança com uma agulha muito
fina, o atravessou, provocando um suave sangramento. A criança gritou durante o procedimento, o
que fez com a professora apontasse a cartela 5 “escuridão”. A professora levou a criança para
uma cela na qual não havia luz.
Por outro lado, certo dia uma das crianças atirou um pedaço
de madeira na professora. Todos suaram frio, a criança autora do desrespeito
tremia o pânico. Foi indicado o numero 61 “desfile”. A professora instalou uma
coleira no pescoço da criança, deu apenas uma volta com ela, em seguida
desativou o castigo.
A professora parecia sempre comprometida a aplicar o castigo
especifico. Certa vez uma das crianças levantou a cabeça antes da hora. Se sabia que o castigo correspondente era “limpeza”,
que consistia em raspar a pele das costas com uma lixa grossa. A criança começou
a lacrimejar, ação que não possuía castigo determinado. A professora se aproximou com a lixa, mas hesitou,
pois a criança chorava muito. Por alguns
segundos pareceu que não seria dado o castigo, porém, após respirar
profundamente, a professora foi firme e concluiu sua tarefa.
Aos poucos as crianças foram conhecendo um a um os castigos
representados nas cartelas e suas respectivas faltas. Exceto justamente a cartela 99, no qual havia
uma trapézio invertido e trazia a palavra “intervalo”.
Até que um dia uma das crianças derramou um pouco de água. A
professora chegou com um pedaço de ferro quente e marcou a mão das crianças.
Uma delas entretanto falou que aquele seria o castigo 32 e não o 52. A professora,
percebendo o seu erro, foi até o armário tirou uma pequena guilhotina colocou
sobre a sua mesa, posicionou as próprias, e com os pé a acionou.