domingo, 24 de novembro de 2013

estranho

os sons pareciam mal encaixados entre as silabas causando calos na lingua, um desgaste idiomático lhe infarto a vontade. A pouca ração que trouxera já quase acabava, em breve só lhe restaria aqueles sons desengonçados pra por na boca. Mal podia prever que em breve  a fome o faria sentir se em casa.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

angustia

Confesso que sempre me senti injustiçado pelo mercado de trabalho, ou pelo mercado de exceções. Poxa! Eu faço tanta coisa tão bem e nunca tive chance de fazer as coisas que faço de melhor de forma custeada, na verdade eu acho só que me pagam pra fazer o que faço de pior, burocracia, cobranças,verborragia, etc.
Entretanto não são poucas as vezes que vejo coisas que realmente me causam comoção por ai. Dai que eu fico mais angustiado com a quantidade de pessoas boas que estão soltas por este mundo condenadas a dedicar o pior de si para nossa sociedade. Pois a minha angustia transborda com a perda de tempo a que somos constrangidos todos os dias só pra ter dinheiro.
Enfim, eu queria escrever mais, mas a inspiração foi consumada pela angustia, e eu ja não tenho mais tempo.

domingo, 29 de setembro de 2013

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

De repente

De repente os livros, as palavras, as letras, as cadeiras, os braços, as bicicletas, tudo, mas tudo perdeu o sentido...
E eu não sei mais porque fazer.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

pra que?

Pra que escrever se não temos tempo pra nada?
Por que pensar em alguma coisa se eu passo o dai no trabalho?
Parece que a vida vai se tornando o nosso bem mais cruel.

domingo, 9 de junho de 2013

10 palavra de amor

Sei que foge das duas temaáticas que vem sendo tratadas nos ultimos meses no blog, mas é um bonito texto.

10 palabras sobre el amor que no existen fuera de su propio idioma y nombran experiencias única

Autor: pijamasurf

 
El amor es, en esencia, una emoción inefable, una pasión que nos arrebata y nos conduce a esas regiones donde el lenguaje solo balbucea, incapaz de expresar la realidad que estamos viviendo; aquí 10 palabras y expresiones que solo existen en su propio idioma en torno a esta manía.
El amor se considera, desde tiempos remotos, la emoción humana inefable por antonomasia. Entre los griegos, por ejemplo, se le consideraba un tipo de locura, la manía erótica que Platón calificó en el Fedro como la posesión suprema.
Quizá por esto, porque los efectos que suscita la pasión amorosa rozan lo indescriptible, lo innombrable, esos límites donde el lenguaje se revela insuficiente, existen expresiones que intentan dar cuenta de dicha realidad: casi como en un proceso alquímico, reducir el amor tanto como sea posible a una serie arbitraria de signos inteligibles.

1. Mamihlapinatapei: en yagan, un idioma del pueblo aborigen homónimo que habita en las latitudes más australes de Sudamérica (especialmente en Isla Grande de Tierra del Fuego y Cabo de Hornos), la situación existente entre dos personas que al mismo tiempo que desean iniciar una relación amorosa entre sí, ambos se sienten reluctantes, renuentes, a dar el primer paso.

2. Yuanfen: en chino, una relación signada por el destino. Un concepto que encuentra su propia lógica desde el principio de la predeterminación que rige la existencia de una persona. Un poco como lo expuesto por el narrador de Deustches requiem, el cuento de Borges:
En el primer volumen de Parerga und paralipomena releí que todos los hechos que pueden ocurrirle a un hombre, desde el instante de su nacimiento hasta el de su muerte, han sido prefijados por él. Así, toda negligencia es deliberada, todo casual encuentro una cita, toda humillación una penitencia, todo fracaso una misteriosa victoria, toda muerte un suicidio. No hay consuelo más hábil que el pensamiento de que hemos elegido nuestras desdichas; esa teleología individual nos revela un orden secreto y prodigiosamente nos confunde con la divinidad.

3. Cafuné: en el portugués de Brasil, el acto de pasar los dedos tiernamente por el cabello del ser amado.

4. Retrouvailles: en francés, la alegría de reencontrarse con alguien después de mucho tiempo sin verlo.

5. Ilunga: en bantú, una familia de lenguas africanas no afroasiáticas (como el zulú y el suajili, entre otras), una persona que perdona una ofensa la primera vez, la tolera en una segunda ocasión pero nunca una tercera.

6. La douleur exquise: también en francés, el dolor que se siente cuando se desea a alguien que no se puede tener. “Buscan luego mis ojos tu presencia” (Sor Juana): la frustración de tenerte frente a mí y, sin embargo, no tenerte de ningún modo.

7. Koi No Yokan: japonés para la sensación de conocer por vez primera a alguien y, en ese mismo instante, saber que ambos están destinados a enamorarse.

8. Ya’aburnee: “Entiérrame”, una declaración en árabe que expresa la esperanza de que uno de los amantes muera primero, porque quien la dice supone que no podría vivir si el otro faltara.

9. Forelsket: en noruego, la euforia propia de la primera vez que uno se enamora.

10. Saudade: una de las palabras más características del portugués, polisémica; en el caso del amor, se refiere al sentimiento de amar aún a alguien que se ha perdido; también “un deseo vago pero constante por alguien que no existe y probablemente no pueda existir”.


Fonte: http://pijamasurf.com/2013/05/10-palabras-sobre-el-amor-que-no-existen-fuera-de-su-propio-idioma-y-nombran-experiencias-unicas/

sábado, 8 de junho de 2013

Monteiro Lobato, racista empedernido

Monteiro Lobato, racista empedernido

Estudo comprova a admiração do escritor pela Ku Klux Klan, que usava métodos violentos contra os negros nos Estados Unidos


A revista dados, publicação acadêmica editada pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipesp-Uerj), resgata na edição 56, a polêmica de 2010, em torno das obras infantis do escritor Monteiro Lobato. Artigo assinado pelos professores João Feres Júnior, Leonardo Fernandes Nascimento e Zena Winona Eisenberg não deixa dúvidas: os contos escritos por ele disseminam preconceito.
Lobato, um influente autor brasileiro do século XX, era racista de perigosa influência nos bancos escolares, consumido com avidez pelas crianças. Porém... “Há evidências suficientes para afirmar que (...) Monteiro Lobato era de fato racista (...) foi membro da Sociedade Eugênica de São Paulo e amigo pessoal de expoentes da eugenia no Brasil, como os médicos Renato Kehl (1889-1974) e Arthur Neiva (1880-1943). Uma carta escrita por Lobato a Neiva, em 1928, desmancha dúvidas dos mais intransigentes. Eis um trecho dela, conforme o original: “Paiz de mestiços onde o branco não tem força para organizar uma Kux-Klan, é paiz perdido para altos destinos. André Siegfried resume numa phrase as duas attitudes. ‘Nós defendemos o front da raça branca – diz o Sul – e é graças a nós que os Estados Unidos não se tornaram um segundo Brazil’. Um dia se fará justiça ao Klux Klan (...) que mantem o negro no seu lugar”.
O estudo não foi provocado pela passagem do 125º aniversário do 13 de maio e, sim, pela controvérsia de 2010, que envolveu diretamente o Ministério da Educação a partir, especificamente, do livro Caçadas de Pedrinho, que contém trechos como este: “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão pelo mastro de São Pedro acima, com tal agilidade que parecia nunca ter feito outra coisa na vida...”; ou este outro: “Não vai escapar ninguém, nem tia Nastácia, que tem carne preta”.
O MEC tem o livro no catálogo do Programa Nacional Biblioteca na Escola. Anotam os autores que, no livro Reinações de Narizinho, Nastácia é chamada “negra de estimação” e Lobato se refere a ela “56 vezes usando o termo a negra”. No confronto, a imprensa, segundo os autores, “assumiu uma postura normativa e militante” com uma forte tendência a “atribuir a responsabilidade” diretamente à “linha ideológica do PT”.
O tema, como é comum no Brasil, acabou carnavalizado. Um tradicional bloco de foliões da zona sul carioca desfilou, inclusive, de camiseta ilustrada com desenho conciliador do cartunista mineiro Ziraldo. Reações inúteis. Lobato não poderia escrever sem o peso da crença no aprimoramento genético por meio de cruzamentos seletivos em que acreditava.
Vetar a publicação? Nunca. Os pais têm o direito de comprar as obras do autor e, com elas, presentear os filhos. Pelo aniversário ou por qualquer outra razão.
Mas o poder público não pode propagar a visão racista de Monteiro Lobato.

fonte: http://www.cartacapital.com.br/revista/749/monteiro-lobato-racista-empedernido

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A lenda Saipacu


A lenda de Saipacu

O jovem andava perdido, quando...
Se assusta!
Estava no meio da mata Saipacu, um monstro.
O jovem temeu por sua vida. Saipacu é mortal e é capaz de saber de tudo que acontece ao seu redor.
Mas naquele, o monstro não fez nada.

Saipacu uma vez foi moça. Moça que queria ver mais do que os seus olhos permitiam. Quis tanto que nasceu em seu umbigo um olho. Saipacu, não satisfeita, queria ver mais, então nasceu em sua orelha outro olho. Mas Saipacu queria ainda mais, foi quando surgiu um olho em seu ombro. Saipacu queria ver tanto que seu corpo foi coberto por olhos. Mas Saipacu não se continha, então aquelas centenas de olhos se transformarao em bocas. Bocas que viam tudo.

Saipacu devorava a tudo, sempre precisava saciar todas as bocas e nunca livrava do seu tormento. Banida ao isolamento, ela tinha um especial apresso por carne de gente.
Ela era um monstro correndo pelo mundo em busca de algo que finalmente terminasse sua agonia.
Mas Saipacu era humana, e tentava, em algum momento do dia, fechar seus olhos e descansar de sua vontade de ver tudo, então, deixava água de uma cachoeira limpasse toda sua desgraça.

Foi neste momento de descanso, que o jovem se deparou com o monstro. Saipacu fechara todos os seus olhos e se meteu na agua, revelando sua forma de mulher. O jovem então ficou completamente apaixonado pela moça que era Saipacu. Tão apaixonado, que não se conteve e se aproximou.
Lhe chamou:
_Saipacu.

O monstro assustado, abriu todos os olhos ao mesmo tempo.
O jovem, mais apaixonado que amedontrado, se aproximou e, se mconter seu coração, declarou todo o amor que lhe tomara quando viu Saipacu, e pediu que ela se tornasse sua companheira.
Saipacu pela primeira vez, era homenageado com amor. Seus olhos se encheram de lágrimas de emoção.
E sem que pudesse reagir, seus inumeros olhos devoraram o rapaz de uma só vez.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Deus bíblico pode ser fusão de vários deuses pagãos

Deus bíblico pode ser fusão de vários deuses pagãos, dizem especialistas

Personalidade e atributos de Javé são compartilhados com outras divindades do Oriente.
Pai celestial El, jovem guerreiro Baal e até 'senhora' Asherah teriam sido influências.
Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo

 
A afirmação pode soar desrespeitosa para judeus ou cristãos, mas não está muito longe da verdade: Javé, o Deus do Antigo Testamento, parece ter múltiplas personalidades. Para ser mais exato, especialistas que estudam os textos bíblicos, lêem antigas inscrições encontradas nos arredores de Israel ou escavam sítios arqueólogicos estão reconhecendo a influência conjunta de diversos deuses pagãos antigos no retrato de Javé traçado pela Bíblia.

A idéia não é demonstrar que o Deus bíblico não passa de mais um personagem da mitologia. Os pesquisadores querem apenas entender como elementos comuns à cultura do antigo Oriente Próximo, e principalmente da região onde hoje ficam o estado de Israel, os territórios palestinos, o Líbano e a Síria, contribuíram para as idéias que os antigos israelitas tinham sobre os seres divinos. As conclusões ainda são preliminares, mas há bons indícios de que Javé é uma fusão entre um deus idoso e paternal e um jovem deus guerreiro, com pitadas de outras divindades – uma delas do sexo feminino.

Foto: Reprodução
O deus cananeu El, retratado como um pai sábio e idoso, foi muito importante nos primórdios da religião israelita (Foto: Reprodução)

O ponto de partida dessas análises é o fundo cultural comum entre o antigo povo de Israel e seus vizinhos e adversários, os cananeus (moradores da terra de Canaã, como era chamada a região entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo em tempos antigos). A Bíblia retrata os israelitas como um povo quase totalmente distinto dos cananeus, mas os dados arqueólogicos revelam profundas semelhanças de língua, costumes e cultura material – a língua de Canaã, por exemplo, era só um dialeto um pouco diferente do hebraico bíblico.

  Memórias de Ugarit
Os cananeus não deixaram para trás uma herança literária tão rica quanto a Bíblia. No entanto, poucos quilômetros ao norte de Canaã, na atual Síria, ficava a cidade-Estado de Ugarit, cuja língua e cultura eram praticamente idênticas às de seus primos do sul. Ugarit foi destruída por invasores bárbaros em 1200 a.C., mas os arqueólogos recuperaram numerosas inscrições da cidade, nas quais dá para entrever uma mitologia que apresenta semelhanças (e diferenças) impressionantes com as narrativas da Bíblia. “Por isso, Ugarit é uma parte importante do fundo cultural que, mais tarde, daria origem às tribos de Israel”, resume Christine Hayes, professora de estudos clássicos judaicos da Universidade Yale (EUA).
Uma das figuras mais proeminentes nesses textos é El – nome que quer dizer simplesmente “deus” nas antigas línguas da região, mas que também se refere a uma divindade específica, o patriarca, ou chefe de família, dos deuses. “Patriarca” é a palavra-chave: o El de Ugarit tem paralelos muito específicos com a figura de Deus durante o período patriarcal, retratado no livro do Gênesis e personificado pelos ancestrais dos israelitas: Abraão, Isaac e Jacó.

Nesses textos da Bíblia há, por exemplo, referências a El Shadday (literalmente “El da Montanha”, embora a expressão normalmente seja traduzida como “Deus Todo-Poderoso”), El Elyon (“Deus Altíssimo”) e El Olam (“Deus Eterno”). O curioso é que, na mitologia ugarítica, El também é imaginado vivendo no alto de uma montanha e visto como um ancião sábio, de vida eterna.

Tal como os patriarcas bíblicos, El é uma espécie de nômade, vivendo numa versão divina da tenda dos beduínos; e, mais importante ainda, El tem uma relação especial com os chefes dos clãs, tal como Abraão, Isaac e Jacó: eles os protege e lhes promete uma descendência numerosa. Ora, a maior parte do livro do Gênesis é o relato da amizade de Deus com os patriarcas israelitas, guiando suas migrações e fazendo a promessa solene de transformar a descendência deles num povo “mais numeroso que as estrelas do céu”.

  Israel ou “Israías”?
Outros dados, mais circunstanciais, traçam outros elos entre o Deus do Gênesis e El: num dos trechos aparentemente mais antigos do livro bíblico, Deus é chamado pelo epíteto poético de “Touro de Jacó” (frase às vezes traduzida como “Poderoso de Jacó”), enquanto a mitologia ugarítica compara El freqüentemente a um touro. Finalmente, o próprio nome do povo escolhido – Israel, originalmente dado como alcunha ao patriarca Jacó – carrega o elemento “-el”, lembra Airton José da Silva, professor de Antigo Testamento do Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto (SP).
“É o nome do deus cananeu, mais um indício de que Israel surge dentro de Canaã, por um processo gradual”, diz Silva. Ele argumenta que, se Javé fosse desde sempre a divindade dos israelitas, o nome desse povo seria “Israías”. Isso porque o elemento adaptado como “-ías” em português (algo como -yahu) era, em hebraico, uma forma contrata do nome “Javé”. Curiosamente, o elemento se torna dominante nos chamados nomes teofóricos (ligados a uma divindade) dados a israelitas no período da monarquia, a partir dos séculos 10 a.C. e 9 a.C.

E esse nome (provavelmente Yahweh em hebraico; a sonoridade original foi obscurecida pelo costume de não pronunciar a palavra por respeito) é um enigma e tanto. As tradições bíblicas são um tanto contraditórias, mas pelo menos uma fonte das Escrituras afirma que Javé só deu a conhecer seu verdadeiro nome aos israelitas quando convocou Moisés para ser seu profeta e arrancar os descendentes de Jacó da escravidão no Egito. (A Moisés, Deus diz que apareceu a Abraão, Isaac e Jacó como “El Shadday”.) O problema é que ninguém sabe qual a origem de Javé, o qual nunca parece ter sido uma divindade cananéia, exatamente como diz o autor bíblico.

  Senhor do deserto
A esmagadora maioria dos arqueólogos e historiadores modernos não coloca suas fichas no Êxodo maciço de 600 mil israelitas (sem contar mulheres e crianças) do Egito, por dois motivos: a semelhança entre Israel e os cananeus e a falta de qualquer indício direto da fuga. Mas muitos supõem que um pequeno componente dos grupos que se juntaram para formar a nação israelita tenha sido formado por adoradores de Javé, que acabaram popularizando o culto. Quem seriam esses primeiros javistas? Uma pista pode vir de alguns documentos egípcios, que os chamam de Shasu – algo como “nômades” ou “beduínos”.
“Duas ou três inscrições egípcias mencionam um lugar chamado 'Yhwh dos Shasu', o que, para alguns especialistas, parece ser 'Javé dos Shasu'. Talvez sim, talvez não. Não temos como saber ao certo”, diz Mark S. Smith, pesquisador da Universidade de Nova York e autor do livro “The Early History of God” (“A História Antiga de Deus”, ainda sem tradução para o português).

“É menos provável que o culto a Javé venha de dentro da Palestina e da Síria, e um pouco mais plausível que ele tenha se originado em certas regiões da Arábia”, diz Airton da Silva. Mark Smith lembra que algumas das passagens poéticas consideradas as mais antigas da Bíblia – nos livros dos Juízes e nos Salmos, por exemplo – referem-se ao “lar” de Javé em locais denominados “Teiman” ou “Paran”. Aparentemente, são áreas desérticas, apropriadas para a vida de nomadismo. “Muitos especialistas localizam essa região no que seria o noroeste da atual Arábia Saudita, ao sul da antiga Judá [parte mais meridional dos territórios israelitas]”, diz Smith.

Seja como for, quando Javé entra em cena com seu “nome oficial” durante o Êxodo bíblico, a impressão que se tem é que ele já absorveu boa parte das características de um outro deus cananeu: Baal (literalmente “senhor”, “mestre” e, em certos contextos, até “marido”), um guerreiro jovem e impetuoso que acabou assumindo, na mitologia de Ugarit e da Fenícia (atual Líbano), o papel de comando que era de El.
Indícios dessa nova “personalidade” de Deus surgem no fato de que, pela primeira vez na narrativa bíblica, Javé é visto como um guerreiro, destruindo os “carros de guerra e cavaleiros” do Faraó e, mais tarde, guiando as tribos de Israel à vitória durante a conquista da terra de Canaã. Tal como Baal, Javé é descrita como “cavalgando as nuvens” e “trovejando”. E, mais importante ainda, uma série de textos bíblicos falam de Deus impondo sua vontade contra os mares impetuosos (como no caso do Mar Vermelho, em que as águas engolem o exército egípcio por ordem divina) ou derrotando monstros marinhos.

Há aí uma série de semelhanças com a mitologia cananéia sobre Baal, o qual derrotou em combate o deus-monstro marinho Yamm (o nome quer dizer simplesmente “mar” em hebraico) ou “o Rio” personificado. Na mitologia do Oriente Próximo, as águas marinhas eram vistas como símbolos do caos primitivo, e por isso tinham de ser derrotadas e domadas pelos deuses.

Javé também é associado à chuva e à fertilidade da terra pelos antigos autores bíblicos – atributos que aparecem entre as funções de Baal. Há, porém, uma diferença importante entre os dois deuses: outra narrativa de Ugarit fala do assassinato de Baal pelas mãos de Mot, o deus da morte, e da ressurreição do jovem guerreiro – provavelmente uma representação mítica do ciclo das estações do ano, essencial para a agricultura, já que Baal era um deus que abençoava a lavoura.

O lado guerreiro de Javé é talvez o mais difícil de aceitar para a sensibilidade moderna: quando os israelitas realizam a conquista da terra de Canaã, a ordem dada por Deus é de simplesmente exterminar todos os habitantes, e às vezes até os animais (embora, em alguns casos, os homens de Israel recebam permissão para transformar as mulheres do inimigo em concubinas).

Textos de outra nação da área, os moabitas (habitantes de Moab, a leste do Jordão) ajudam a lançar luz sobre esse costume aparentemente bárbaro. Um monumento de pedra conhecido como a estela de Mesa (nome de um rei de Moab em meados do século 9 a.C.) fala, ironicamente, de uma guerra de Mesa com Israel na qual o rei moabita, por ordem de seu deus, Chemosh, decreta o herem, ou “interdito”. E o herem nada mais é que a execução de todos os prisioneiros inimigos como um ato sagrado. Tratava-se, portanto, de um elemento cultural de toda a região.
  Lado feminino
Se a “múltipla personalidade” de Javé pode ser basicamente descrita como uma combinação de El e Baal, há uma influência mais sutil, mas também perceptível, de um elemento feminino: a deusa da fertilidade Asherah, originalmente a esposa de Baal na mitologia cananéia. Normalmente, Deus se comporta de forma masculina na Bíblia, e a linguagem utilizada para falar de sua relação com os israelitas é, muitas vezes, a de um marido (Deus) e a esposa (o povo de Israel). Mas o livro bíblico dos Provérbios, bem como alguns outras fontes israelitas, apresenta a figura da Sabedoria personificada, uma espécie de “auxiliar” ou “primeira criatura” de Deus que o teria auxiliado na obra da criação do mundo.

Segundo o texto dos Provérbios, Deus “se deleita” com a Sabedoria e a usa para inspirar atos sábios nos seres humanos. Para muitos pesquisadores, a figura da Sabedoria incorpora aspectos da antiga Asherah na maneira como os antigos israelitas viam Deus, criando uma espécie de tensão: embora o próprio Deus não seja descrito como feminino, haveria uma complementaridade entre ele e sua principal auxiliar. 
 
fonte: http://g1.globo.com/Noticias/0,,MUL652419-9982,00-DEUS+BIBLICO+PODE+SER+FUSAO+DE+VARIOS+DEUSES+PAGAOS+DIZEM+ESPECIALISTAS.html

terça-feira, 14 de maio de 2013

Fyodor Chytruk - As aventuras do jovem Engels

Ainda não consegui submiter o Blogger as minhas vontades, não consigo achar alguns videos, e dai não posso postar. Mas quem quiser dar uma olhada, só  uma olhada porque ta em russo, de um desenho animado do Chytruk baseado na carta deEngels, é só clicar no link abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=7Tnf7VQ7t6c

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Fyodor Chytruk - Winnie Poo

Aqui o animador russo recria uma história do ursinho Puff. Se não traduzo mal é Winnie Poo e o dia da preocupação.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Quadrinhos Situcionistas

http://inventin.lautre.net/images/xISsansreserve.jpg

Manifesto Situacionista

Internacional Situacionista
Publicado na Internacional Situacionista 4, (1960).

Uma nova força humana, que o status existente não poderá reprimir, cresce a cada dia com o irresistível desenvolvimento técnico e com a insatisfação de sua utilização possível em nossa vida social privada de sentido.

A alienação e a opressão na sociedade não podem ser mantidas em nenhuma de suas variantes, mas sim, apenas rejeitadas em bloco com essa mesma sociedade. Todo progresso verdadeiro fica evidentemente suspenso até que a multiforme crise atual encontre uma solução revolucionária.

Quais seriam as perspectivas de organização da vida numa sociedade que, de maneira autêntica, "reorganizasse" a produção sobre a base de uma associação livre e igualitária de produtores? A automatização da produção e a socialização dos bens vitais reduzirão cada vez mais o trabalho como necessidade exterior e proporcionarão, finalmente, plena liberdade ao indivíduo. Desse modo, liberto de toda responsabilidade econômica, de todas as suas dívidas e culpas com relação ao passado e ao seu próximo, o homem terá à sua disposição uma nova mais-valia incalculável em dinheiro, pois essa mais-valia não pode ser reduzida à medida do trabalho assalariado: o valor do jogo, da vida livremente construída. O exercício dessa criação lúdica é a garantia da liberdade de cada um e de todos no âmbito da única igualdade garantida com a não-exploração do homem pelo homem. A libertação do jogo é a sua autonomia criativa, que supera a velha divisão entre o trabalho imposto e o ócio passivo.

A Igreja queimou, em outras épocas, supostos bruxos para reprimir as tendências lúdicas primitivas conservadas nas festas populares. Na sociedade dominante de hoje, que produz em massa desconsolados pseudo-jogos de não-participação, uma atividade artística verdadeira é forçosamente classificada no campo da criminalidade. É semiclandestina. Aparece sob a forma de escândalo.

O que é isso, na verdade, a não ser a situação? Trata-se da realização de um jogo superior, mais exatamente, da provocação para jogar esse jogo que constitui a presença humana. Os jogadores revolucionários de todos os países podem unir-se à I.S. a fim de começar a sair da pré-história da vida cotidiana.

A partir de agora, propomos uma organização autônoma dos produtores da nova cultura, independente das organizações políticas e sindicais existentes no presente momento, pois nós negamos a capacidade de se organizar outra coisa a não ser o acondicionamento do existente.

O objetivo mais urgente que estabelecemos para para uma primeira campanha pública dessa organização quando ela sair de sua fase experimental inicial é a tomada da U.N.E.S.C.O. A burocratização unificada, em escala mundial, da arte e de toda a cultura é um fenômeno novo, que expressa o profundo parentesco entre os sistemas sociais coexistentes no mundo, que se baseiam na conservação eclética e na reprodução do passado. A resposta dos artistas revolucionários a essas novas condições deve ser um novo tipo de ação. Como a existência mesma dessa concentração direcionada da cultura, localizada num único edifício, favorece a sua confiscação por meio de um putsch; e como a instituição carece completamente de possibilidades de um uso que tenha sentido fora de nossa perspectiva subversiva, sentimo-nos justificados, diante dos nossos contemporâneos, para nos apoderarmos de um tal aparato. E o faremos. Estamos decididos a nos apoderar da U.N.E.S.C.O., ainda que seja por pouco tempo, já que estamos seguros de nela realizar, rapidamente, uma obra que permanecerá como a mais significativa, pelo fato de esclarecer um longo período de reivindicações.
Quais deverão ser principais características da nova cultura, principalmente em comparação com a arte antiga?
Contra o espetáculo, a cultura situacionista realizada introduz a participação total.
Contra a arte conservada, é uma organização do momento vivido diretamente.
Contra a arte fragmentária, será uma prática global que conterá, de uma só vez, todos os elementos utilizados. Tenderá naturalmente para uma produção coletiva e, sem dúvida, anônima (na medida em que, ao não armazenar as obras como mercadorias, dita cultura não estará dominada pela necessidade de deixar marcas). Suas experiências se propõem, no mínimo, a realizar uma revolução do comportamento e um urbanismo unitário dinâmico, susceptível de se estender para todo o planeta; e de se propagar, em seguida, para todos os planetas habitáveis.

Contra a arte unilateral, a cultura situacionista será uma arte do diálogo, da interação. Os artistas - como toda a cultura visível - chegaram a estar completamente separados da sociedade, assim como estão separados entre si pela concorrência. Porém, inclusive antes que o capitalismo ingressasse nesse pântano, a arte era essencialmente unilateral, sem resposta. Essa era encerrada em seu primitivismo será superada graças a uma comunicação completa.

Até que todo o mundo chegue a ser artista num plano superior, isto é, inseparavelmente produtor-consumidor de uma criação cultural total, assistiremos à dissolução rápida do critério linear de novidade. Quando todo o mundo for situacionista, por assim dizer, assistiremos a uma inflação multidimensional de tendências, de experiências, de "escolas" radicalmente diferentes, e isso não mais sucessivamente, mas sim, simultaneamente.
Inauguramos agora o que será, historicamente, o último dos ofícios. O papel de situacionista, de leigo-profissional, de anti-especialista, é, no entanto, uma especialização até o momento de abundância econômica e mental em que todo o mundo chegará a ser "artista", num sentido que os artistas não alcançaram: a construção de sua própria vida.

Aos que não nos comprenderam bem... dizemo-lhes com um irredutível desprezo: os situacionistas, de quem vocês acreditam ser juízes, os julgarão mais cedo ou mais tarde. Nós os esperamos na mudança de sentido que é a inevitável liquidação do mundo da escassez em todas as suas formas. São esses os nossos objetivos, e serão os futuros objetivos da humanidade.

17 de maio de 1960

terça-feira, 30 de abril de 2013

Fauna Andina




http://www.oni.escuelas.edu.ar/olimpi99/interolimpicos/elrioatuel/rioatuel/images/flora.12.jpg
tortuga de tierra
http://www.oni.escuelas.edu.ar/olimpi99/interolimpicos/elrioatuel/rioatuel/images/flora.13.jpg
iguana
http://s3-eu-west-1.amazonaws.com/rankia/blog/upload/images/blogs/daniel%20bravo/Condor1.jpg
condor

http://www.deanimalia.com/IMAGENES/DESIERTO/ANIMALES/TUCO%20TUCO/tucotuco1.jpg
tucotuco
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWRhmLK3XlDq1PfcsaZdroe1WQOcjQCpoIYjV0-nfKW2YDMOkRZSri_8tfeZtvn3dxqzs-IGvg9J_VrfKnAFOHj1zAKYIutFnjdwd4EHCZIhubjyiyfH4gH281pnYF6rHdGSEJMB_brr0/s1600/guanaco.jpg
guanaco

http://www.rutaschile.com/parques/Images/zorro-culpeo.jpg
zorro culpeo
http://imagenes.viajeros.com/fotos/j/jo/jortaxnc-1232128847-bg.jpg
puma
http://www.icesi.edu.co/wiki_aves_colombia/show_image.php?id=2000
aguia andina

Entrevisa com Zizek

“Lo que amo de América Latina es que la izquierda evoca el pasado, lo ancestral”

Figura Una apasionante conversación en la que el esloveno expone sus puntos de vista sobre la realidad de América Latina, ésa que sigue con tanta fascinación desde su óptica filosófica analítica.

Eduardo Paz y Boris Miranda - 27/03/2011

Honestidad brutal. “Europa no tiene un proyecto político de izquierda y los pensadores que vienen de allá y de Estados Unidos alaban los procesos políticos latinoamericanos únicamente como una idealización de su sueño sobre nosotros”.

Lo dijo Slavoj Zizek, el psicoanalista y filósofo esloveno que estuvo en Bolivia la anterior semana. Durante su conferencia en La Paz llenó el auditorio del Banco Central de Bolivia y en países como Argentina lleva cantidades de gente similares a las que convoca un cantante consagrado.

El pensador contemporáneo del momento conversó con Página Siete y, sin ninguna clase de filtro, se despachó contra la intelectualidad europea y norteamericana, dio un avance de su próxima obra en la que busca salir del conflicto político y volver a refugiarse en la filosofía, además de explicar las razones de su admiración por el proceso de Bolivia y de otros países de América Latina.

- Parece que en sus últimos libros, como Bienvenidos a tiempos interesantes y Primero como tragedia y después como farsa, existe un giro en su trabajo. Ya no podemos encontrar más exposiciones sobre conceptos psicoanalíticos pero sí análisis sobre la conflictividad política. ¿Este giro puede verse como una urgencia de pasar al acto?

- No. Temo que con esto voy a decepcionarlos. Me estoy cansando de esta basura política. Durante los últimos dos años he estado escribiendo un libro extenso sobre Hegel y Lacan que tendrá cerca de 800 páginas.

Estoy, definitivamente, retornando al trabajo puramente filosófico con un libro muy agresivo. Voy a tratar de reinterpretar la física cuántica y sacarla de una visión oscurantista con una relectura materialista, voy a re-enfrentar a Hegel con Marx, voy a mostrar a un Marx más idealista que Hegel.

Es frecuente que la gente me haga consultas sobre cuestiones políticas. Estas opiniones que yo vierto no son más que mi deber ciudadano, por decirlo de alguna forma, por mi rol de supuesto intelectual, pero mi verdadero amor es la filosofía. Me estoy volviendo lo suficientemente viejo y quiero retornar a ello, a la discusión puramente filosófica.

Por supuesto pasan cosas en el mundo y yo quiero reaccionar a ellas y opino. Pero, por ejemplo, en mi último libro todavía no traducido, Living in the end times, lo único que realmente me gusta de él es un largo capítulo de crítica a la economía política de Marx y Hegel.

- Sin embargo, la conferencia que brindó acá en La Paz fue más política y estuvo bastante alejada del bagaje conceptual del psicoanálisis, uno de sus fuertes'

- Sí, pero aquí hay un problema. Cuando reúnes a más de 300 ó 400 personas para una conferencia tienes dos opciones: la política o la comedia. Por experiencia te digo que no puedes hablar de Hegel en un auditorio así, pierdes la atención de manera instantánea. Un filósofo profesional como yo, aún cuando pretendo ser popular, suele presumir que la gente tiene conocimientos elevados. No puedes contar con eso. Tenemos que darnos cuenta de esa realidad.

- Entonces, ¿cuál es la importancia del seguimiento a los procesos políticos que atraviesa América Latina en su trabajo?

- No quiero engañar a nadie. La razón por la que me gusta acompañar estos procesos es porque de todas estas evocaciones al pasado o viejas tradiciones que hay en el mundo, las de acá están conectadas con proyectos izquierdistas. Esto me parece absolutamente fascinante porque es exactamente lo opuesto a lo que sucede en Europa. De donde vengo, los proyectos locales, nacionalistas o tradicionalistas son usualmente reaccionarios.

Por ejemplo, en mi país (Eslovania), los pensadores de derecha son los que evocan a la nación y al pasado. Yo respondo con la mejor definición de nación, que viene del francés positivista Ernest Renán, un buen tipo.

Él dice que una nación es un grupo de personas que comparte las mismas mentiras acerca de su pasado, los mismos odios contra sus vecinos actuales y las mismas ilusiones acerca de su futuro. Esto es absolutamente verdadero para Europa. Los eslovenos hemos inventado absolutamente todo acerca de nuestro pasado, cuán grandes fuimos, nuestras ilusiones de ser Suiza y la historia del odio a nuestros enemigos.

América Latina es la única esperanza de que evocar las tradiciones ancestrales no sea parte de un proyecto nacionalista de derecha y reaccionario. Yo amo esto. Esto no puede suceder ni en África. Esto es lo que conozco de acá y lo admiro. Vemos de forma milagrosa cómo vienen juntas las tradiciones ancestrales con las tendencias modernas. Me fascina cuando ustedes hablan con un representante de algún pueblo indígena y después él te dice que puedes visitar su sitio web.

- Sin embargo, usted es muy crítico con los intelectuales izquierdistas de Europa y Estados Unidos que vienen a Bolivia y al resto de América Latina'

- Muchos de ellos seguramente se muestran fascinados con lo que acá sucede, pero la verdad es que los pensadores de izquierda son increíblemente narcisistas. Ellos pueden humillarse a ellos mismos y alabarlos a ustedes, pero en realidad están alabando su propio sueño sobre ustedes.

En Europa son muy buenos celebrando al otro, pero no se trata realmente de “el otro”, es puramente una fantasía racista de “el otro”. Yo no digo que todos sean así, pero digo que si ellos fueran honestos intelectualmente reconocerían que no pueden resolver sus problemas por ustedes y vendrían a aprender.

Y no hablo de venir a repetir esa basura “new age” de vanagloriar la sabiduría ancestral, deberían venir a aprender cómo ustedes se las arreglan hoy. Esto pasa porque en Europa la izquierda no tiene un proyecto político serio, lo único que hay es una propuesta pragmática de la socialdemocracia y discursos que hablan de una catástrofe global, un tránsito a una sociedad totalitaria y que sólo espera que un milagro nos pueda salvar.

- Llegan intelectuales y dicen “estamos fascinados con Bolivia” pero en universidades europeas y norteamericanas no hay espacio para diálogo con intelectuales de América Latina, Asia o África'

- Por supuesto que no, ellos quieren que ustedes se queden con nociones estúpidas de tradición y no con lo que están haciendo aquí ahora. Yo siempre he dicho esto: la forma más pérfida de racismo hoy en día no es el odio a los “otros”, sino la falsa celebración de los “otros”. Un verdadero racista viene y dice “¿por qué quieren acoplarse a la modernidad si ésta es corruptora? ¿Por qué no regresan a su antigua sabiduría incaica?”.

Entonces ustedes están totalmente en lo correcto. Eso es lo que me gusta de aquí, por los pocos contactos que he tenido, éste no es un país del Tercer Mundo donde voy y enseño que hay un psicoanalista que se llama Jacques Lacan o lo que sea. Más bien puedo hablar con ustedes con normalidad. En EEUU voy a universidades donde son mucho más primitivos.

Intenten seguir de manera cercana lo que pasa en estos países en la línea de la alta teoría de elite y resulta que estos países resisten mejor los grandes poderes occidentales. Entonces aquí tienen esperanzas, les toca ser arrogantes.

- ¿Es deseable establecer un dialogo entre América Latina, Asia y África excluyendo a los intelectuales europeos?

- No. A mí no me gusta esta idea de “nosotros en los márgenes debemos conformar un eje excluyendo a Europa”. ¿Saben por qué? Voy a decir lo que me gusta de Europa, y casi voy a sonar eurocéntrico. Muchas luchas anticoloniales comenzaron no con un retorno a “nuestras raíces ancestrales” sino con “queremos ser más europeos que los europeos” en el sentido de “ustedes europeos predican sobre la igualdad, entonces dónde está la igualdad para nosotros”.

Entonces aquí hay que admitir que Europa, en el mejor de los casos, tiene esta fuerte habilidad crítica para cuestionar sus propias tradiciones.

Todavía hay que engranar en un diálogo con Europa, pero no bajo la forma de “enséñennos”, sino en el sentido de “lo que ustedes intentaron, nosotros lo lograremos de mejor manera”. Esto es, dialogar con cierta arrogancia, como lo hicieron los esclavos durante la revolución en Haití cuando enfrentaron al ejército de Napoleón.

Éste es un momento sublime: el Ejército francés escuchó cantar a los esclavos, y supusieron que era una forma de canto primitivo para luego darse cuenta que los esclavos estaban cantando la Marsellesa.

Los esclavos estaban declarando “nosotros somos los verdaderos herederos de la Revolución francesa, no ustedes”. Y el efecto fue sorprendente, muchos soldados del Ejército cambiaron de lado, se unieron a los esclavos, que finalmente ganaron.

Entonces ésta debería ser la actitud: “ustedes en Europa tienen cosas interesantes, pero nosotros somos los únicos que pueden realizarlas”. “Ustedes, Europa -a menudo, pero no siempre- fueron muy estúpidos para darse cuenta de las cosas buenas que habían descubierto, ustedes necesitan nuestra ayuda para concretarlo”.

Y esto es mucho más productivo que el juego etnocéntrico de disputar quién tiene la sabiduría más grande, Europa, los incas o quien sea. 
 
Fonte: http://www.paginasiete.bo/2011-03-28/Nacional/Destacados/158Eco010311.aspx

segunda-feira, 29 de abril de 2013

O MITO DO DEUS KOM




O MITO DO DEUS KOM   Origem del rio Rimac e Santa Eulalia
Em um principio o deus  KOM criou o mundo e povoou as terras baixas próximas ao mar (a costa)com toda classe de plantas muito férteis e animais dóceis e pós a seu cargo os homens os quais não morreram e só tinham que recolher os frutos da terra sem trabalhar mas um dia os homens se esqueceram de seu criador e não lhe davam oferendas porque se achavam autossuficiente , então o deus KOM ameaçou aos homens que lhes ia castigar mas não lhe fizeram caso. Então o deus KOM fez com que o mar se salgasse e que os rios se secassem transformando a costa em um deserto. Então os homens começaram a morrer.
Um rei do vale do Mantaro chamado Chaklla decidiu se sacrificar por toda as pessoas. Subiu ao ponto mais alto da cordilheira em ticlio e pediu que o enterrassem deixando somente um buraco por aonde corresse suas lágrimas e logo estas formariam o rio Mamaq(Rimac). Igualmente uma princesa chamada Kisa subiu ao ponto mais alto da cordilheira em Sam Pedro de Casta e fez o mesmo que seu amado e suas lágrimas formaram o rio Santa Eulalia que ao unir-se com o Rimac formou o fértil vale de Lima salvando a toda gente. 

FONTE: http://aladino-zapatosrotos.blogspot.com.br/p/mitologias-andina.html