domingo, 31 de março de 2013

contos infantis

Tenho nos últimos meses me interessado por literatura dedicada as crianças. Quando era criança obviamente lia este tipo de escrito, fazia tempo que não me organizava para ler historias infantis, e não sei se foi o tempo que passou e eu fiquei mais ranzinza, mas me pareceu que boa parte dos livros classificados em infantil ou infanto-juvenil é muito ruim. Não se trata de um saudosismo da  infância perdida,  acho, por exemplo, que Bob-esponja é mil vezes superior a He-Man, mas quanto a literatura tudo é muito domesticado.
Os livros ou caminham para um didatismo enfadonho, ou para um non-sense infatilóide, ou ainda para um descarado incentivo ao consumismo. Diante disso não dá pra não achar que a Bruxa Onilda, os trocentos livros da Ruth Rocha, ou o Menino Maluquinho não sejam artigos de valor indeterminado.
Mais ainda, o Sítio do Pica Pau Amarelo, apesar das inumeras críticas que suporta, não deixa de ser um exercício para imaginação intrigante.

Por outro lado não posso deixar de me cansar com as séries infidáveis de aventuras passadas em terras anglo-saxonicas ou dos diários juvenis, numa vontade de se lançar trilogias, octonologias, produtos licenciados, revistas em quadrinhos. Mas que no final não conseguem fugir da repetição de algo que já foi escrito, é quase que uma triologia de trilogias, de trilogias.


Dai que eu não posso deixar de dar meu braço a torcer ao Bob Esponja, tão cultura de massa quanto qualquer outro, mas que tem realmente sua graça própria, esteticamente rico, e que rompe com vários esteriótipos. Conta-se até de uma polemica no EEUU, na qual um pastor acusou o personagem de ter sexualidade duvidosa, levando as pobres crianças a desorientação futura. Apesar de todo o oportunismo do autor da acusação, a anedota demonstra a pouca previsilibidade da série.

Bob Esponja demonstra suas qualidades e sua capacidade de comunicar, na sua alta aceitação entre as crianças. Difícil achar que não se divirta com suas estripulias. Mas apesar de toda a originalidade dos elementos, há algo que é repetição no Bob Esponja: ele é um trabalhador de uma lanchonete. No final é esse o limite da cultura infantil de massa, ou é a simples reprodução social apelando para narrativa inusitada, ou um mundo fantástico plastificado no norte da Europa. É possível fugir destas duas travas? Acredito que sim, mas pra isso tem que se voltar ao Pica Pau Amarelo.

quinta-feira, 7 de março de 2013