terça-feira, 21 de agosto de 2012

Título

Por acaso Eduardo abre o livro, escrito em letras tão miúdos quanto a mão pode escrever e o olho ler.

" escrever se tornou uma convulsão tão feroz quanto a vida, escrevo sobre tudo, sobre cabelos, sardinhas, bailarinas, cometas, pá de pedreiro, piolho, perucas. No inicio, acreditava que ganharia algum trocado com isso. Logo vi que a arte é salário de poucos, mas já era tarde, já era um vício, não me sentava sem que os dedos suassem um pedaco de lápis, caneta, e uma superficie que pudesse receber aquelas palavras momentaneas, como se dedo e diafragma repondessem ao mesmo bervo. Foi quando adquiro este livro imenso de folhas brancas e largas, espero que ele segure minha respiração durante o tempo suficiente para terminar uma história".

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