sábado, 25 de agosto de 2012

bom humor


Hoje em dia, meios de comunicação que apoiaram sorridentemente a nossa estimada ditadura militar, chegando a se adiantar ao trabalho dos órgãos censores, vêm a público reivindicar liberdade de imprensa e denunciar que neste país, como jamais em nossa história, os meios de comunicação estivaram tão cerceados. Pra quem acredita que a ditadura não foi bolinho, já tem uma idéia do real significado destas declarações. Afirmar que um período democrático é mais doloroso que uma ditadura não é pra qualquer um.

Se temos um regime autoritário, então se faz necessário uma resistência: tomara que moderna, sofisticada, inteligente, bem humorada, antenada com as novas tendências rebentantes pós  queda do muro de Berlim. Lembramos que nos anos amenos entre 64 e 84, o jornal Pasquim rebolava seu humor rasgado entre as canetas censoras, humor afiado como espada, se levantava contra o algoz conservador.

Pois é o humor, acredito eu ,que em escala planetária, serviu muitas vezes como trincheira criativa, poderia até dizer que é quase um axioma.

Entretanto o que mais me diverte (e enfurece) em nossos dias(que eu maximizo pois são os que vivi), que a forma é tomada pela coisa, e o que era, virou o que pra todo sempre. Retomando, o humor é a própria resistência, é critico e sagaz. Lembrais das ultimas palavras do ‘casseta e planeta’ as quais reproduzo do blog do Luis Nassif.

Reproduzo, abaixo, o diálogo da edição do ‘Casseta &  Planeta de 21 de dezembro último. Tal diálogo se dá entre o presidente Lula e Dilma Rousseff, que assim aparecem caracterizados na transcrição.
“Lula” (Hubert) – Ah, Dilmandona, parabéns pela sua vitória nessa tal de eleição, entendeu, mas eu vou logo avisando, hein: não quero trairagem comigo, não. Quem vai mandar, sou eu… He, he, he…
“Dilma” (Cláudio Manoel) com voz rouca igual à de “Lula – Pode ficar tranqüilo, eu vou ser bem obediente e boazinha.
“Lula” – Eu sei, mas você vai ter que seguir o meu regime…
“Dilma” – É claro, chefinho, eu vou fazer tudo igualzinho, vou nomear até os mesmos ministros.
“Lula” – Não, não é nada disso que eu to falando, não. Tu vai ter que seguir o meu regime alimentar. Ó só: tu vai comer ovo, repolho, batata-doce e feijão. Todo dia… He, he, he…
“Dilma” – Mas chefinho, se eu comer isso todo dia vai dar muito pum.
“Lula”, segurando os ombros de “Dilma” e conduzindo-a à “cadeira presidencial” – Eu sei, mas eu quero que você esquente a cadeira pra mim. Assim, quando eu voltar, vai estar bem quentinha… He, he, he…

Lembro trechos de outra boa piada do blog do Hélio de la Peña (http://casseta.globo.com/helio-de-la-pena/platb/tag/humorsemcensura/).
Caso a lei eleitoral 9504/97  não estivesse em vigor, os candidatos reais poderiam ser sabatinados pelo Casal Nacional, William Bonde e Ótima Bernardes.
WILLIAM BONDE- Vamos apresentar agora os melhores momentos das entrevistas  com os candidatos à Presidência da República.
ÓTIMA BERNARDES – Candidata Dilma, no seu programa eleitoral, nós vimos que a senhora está cuidando do cachorro do Zé Dirceu. E nós queremos saber: o cachorro do Zé Dirceu também não quer largar o osso?
WILLIAM BONDE – Candidato José Serra,  o senhor pretende fazer obras para ampliar o seu aeroporto de mosquito para acabar com o caos do setor aeroportuário?

Queria lembrar também o corajoso Marcelo Madureira fazendo denúncias bem fundadas ao governo Lula.


Exemplos, dispersos eu sei, mas só pra ver como este humor tem lado, bem definido. Algumas vezes chega até apelar ao mal-gosto para fechar a piada e ainda fazer a dita crítica, muitas vezes fingindo imparcialidade. Mas as piadas amigas são tão críticas quanto as moscas que aterrissam no aeroporto serrestre. Apesar dos trechos pincelados, os exemplos são inúmeros (O que eram os personagens do Lula e do FHC?) Este humor crítico se comporta afinado com a grande mídia acuada, que sofre com a rigidez do socialismo implantado no Brasil.

O casseta nunca se assumiu como um horário partidário, mas foi perdendo graça assim como as novelas ipaneneses, regadas a champañe e bossa nova. Afinal parece ter dado cria, ao humor desesperado que nem crítica mais tenta fazer, se interessam mais pelo patrocínio.

Queria terminar com uma boa piada, mas esta historia me deixou tão pra baixo que vou terminar com essa frase mesmo.

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