Li em cerca de 12 horas Budapeste, um livro escrito por
nosso infinito compositor Chico. Li e digo que foi uma das coisas mais bonitas
que tive a possibilidade de ler.
A minha primeira tomada de contato com Budapeste foi vendo
um dos documentários sobre o Chico no qual ele fala de sua empreitada na literatura,
e da uma ênfase nos relatos sobre justamente este livro. Ele lê um dos trechos
do livro, o que me causou profunda emoção.
Há algum tempo já namorava o livro em um dos sebos no
centro, e finalmente me veio a vontade de adquiri-lo e consumar de uma vez a
leitura.
Como imagino que seja usual, comecei o livro pela
contra-capa(que na minha edição era realmente uma contra-capa), e pela orelha,
que carregava elogios rasgadas a beleza daquele conjunto de palavras. Veríssimo
(outro autor que me satisfaz a leitura), acusa Chico de ser um grande unidor de
palavras, nunca vi uma carapuça servir como uma luva tão bem.
Enfim o livro trata de um sujeito, que atende pelo corriqueiro
nome de José Costa, que, além de narrador, dedicava a vida a escrever discursos
e artigos para vendê-los a autoria alheia, se aconchegando tanto no reconhecimento
de seu talento, quanto no anonimato.
Em determinada ocasião, o narrador fica preso em Budapeste
devido ao cancelamento de seu vôo. Em noite que passa sozinho na capital húngara,
ele sente ser desafiado pelo idioma magiar, tendo vontade de se dedicar cada vez
mais a dominar a língua, que segundo o próprio Costa, é a única que o diabo tem
respeito. O narrador fica então, partido entre a vida descompassada, que leva
no Rio de Janeiro e as possibilidades que se abrem em Buda, Abuda e Peste.
A historia é cortada por situações pensadíssimas, por personagens
sedutores, e pela incrível agrupamento de palavras que só Chico sabe fazer. Não sei como dizer mais, sem estragar todo o
livro, já que cada detalhe escrito é bom de ler. Mas basta meu próprio testemunha,
comecei a ler às 17 horas de um dia, e terminei as 10hs do dia seguinte, isso
porque eu dormi, comi, tomei banho, vi meu email, fui a um aniversário. O livro
vem com velocidade, e quando termina, da vontade que tivesse mais.
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