quinta-feira, 11 de outubro de 2012

As fantásticas Animegaos

Há um certo tempo vi uma reportagem na Veja sobre as diversas tribos que existem no Japão, o destaque na época eram as Giarus (corruptela para Girls), se tratavam de garotsa que pintavam o cabelo de loiro, se brozeavam artificalmente até torrar, e usavam roupas com estampas florais, quase levanda Malibu para o Oriente. Na época me choquei com o grau de intervenção na aparência daquelas moças. Entretanto nada se compara às Animegaos, aqui o grau de artficialismo vai longe, nada mais nipônico. Não adiantarei o artigo, aqui só reproduzo a primeira parte, o interessante é ver as entrevistas disponiveis no link: http://www.vice.com/pt_br/read/garotas-que-sao-garotos-que-gostam-de-garotos-vestidos-de-garotas

Se você já passou por Akihabara — a área em Chiyoda , Tóquio, onde eletrônicos e itens de anime são parte da paisagem — é provável que tenha encontrado moças com vestidos fofinhos e cabeças de bonecas de mangá, ou “Animegaos” como se auto-intitulam. O look delas é inspirado nas Magical Girls do anime, que são forçadas a combater o mal e proteger a Terra ao estilo da Sailor Moon. Além das máscaras feitas de argila e fibra de vidro, a indumentária obrigatória consiste em roupas cor da pele de corpo inteiro e vestidos superbem costurados e próprios das personagens. Importante também mencionar que 90% destas moças são, na realidade, rapazes magricelos entre 20 e 30 anos que gastam até R$ 3.700 em roupas para satisfazerem suas fantasias.
Fomos ao Wonder Festival, o maior evento do mundo para garage kits — esculturas de personagens de anime e de jogos —, numa tentativa de compreender esta moda cada vez mais popular na cena cosplay japonesa. O lugar estava repleto de Animegaos, todas com um estilo único, e os otakus amontoavam-se para tirar uma fotografia e dizer “Uoooooaaaaah” cada vez que uma Animegao fazia uma pose especial. Foi esquisito pensar que estavam todos tão excitados com aquilo que, na realidade, eram caras, mas depois descobrimos que muitos otakus têm tanto nojo de mulheres reais que só estas “minas” 2D — semelhantes àquelas com que interagem nos videogames — lhes dão tesão. Esta preferência sexual é, de fato, tão comum que algumas Animegaos transformaram o seu hobbie de travestismo Magical Girl num negócio florescente, cobrando aos otakus uns meros ¥10,000 (cerca de R$ 200) por uma sessão de fotos privada de uma hora, com custos extra por cada mudança de roupa. Esta tarifa ainda pode aumentar se o otaku trouxer as suas próprias roupas para ela vestir. Tem até pornografia Animegao.
Uma das regras fundamentais das Animegao é que não lhes é permitido falar — provavelmente porque assim ficaríamos sabendo que são na realidade homens, o que arruinaria a fantasia —, por isso só conseguimos comunicar com elas através de notas e mensagens de celular. Por sorte, conhecemos também o Sr. Kodama, uma Animegao que tinha dado folga aos seus trajes para vender as máscaras Animegao que fabrica meticulosamente.

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