quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

conto 5

Antes só havia o silêncio, um silêncio total e absoluto, foi quando se iniciou a Palavra. Ela fazia um esforço para nascer naquele mar de calma. Fazia muito esforço, muito esforço. Até que, bumba, Nasceu.

Era M, a Palavra.

O silencio não despareceu. A Palavra e o Silencio eram a mesma coisa e ecoavam por ai como irmãos.

M era a fonte de todas as outras palavras, quando alguém queria dizer algo, ao contrário do que se pode imaginar, dizia M. Todas as palavras a serem ditas eram criadas a partir de M, em um tempo onde as coisas sussurravam o próprio nome.

Por que hoje em dia as pessoas não dizem mais M?
Eu não sei direito, mas acredito que as pessoas não dizem mais M  por conta das cadeiras. É verdade: as cadeiras. Talvez assim como as cadeias e as carteiras, as cadeiras impedem que as pessoas conseguiam dizer a única palavra. Foram as cadeiras que permitiram que as pessoas mentissem e dissessem qualquer coisa, antes não dava.

Por isso que eu sugiro que para por fim a mentira que existe que todo mundo sente de agora em diante como índios.


Eu ensino, você paga uma perna, cruza com a outra perna e senta, fica bem molinho e pode conversar com seu amigo do lado. E quando tiver bem relaxadinho, possa soltar um PUM bem sincero.

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